"Nunca antes na história deste país", ou pelo menos nunca desde que me conheço por gente ficou tão clara uma divisão ideológica da população. Talvez se vivesse hoje o Cazuza não teria problemas em achar alguma ideologia pra viver pois afinal de contas elas estão aí, basta escolher e pegar a tua.
Como um supermercado de informações e opiniões, o Facebook chegou sem perguntar ao certo se o ser-humano já estava preparado pra ser tão social, e a verdade é que ele trouxe uma das coisas que o brasileiro mais gosta de fazer: ter e dar opiniões, mesmo sem entender muito "qualé que é" o assunto.
E nessa briga ideológica, não faltam ofensas e reclamações para com todos aqueles que se pensa estar do outro lado da divisão ideológica. Nessa salada de críticas e protestos, sobressai na minha linha do tempo diversas postagens e críticas para com a "manipulação da mídia".
As críticas ficaram evidentes depois do trágico e grave ocorrido com a senhora Claudia Silva Ferreira que foi arrastada por um carro enquanto participava (ou pelo menos estava presente) em um protesto no Rio de Janeiro. O caso foi divulgado em toda a mídia "para aqueles que queriam ver", ou seja, nada de manchetes sensacionalistas e repetições massantes, daquelas que fazem até o monge mais isolado ficar sabendo que está rolando. O problema nesse caso é que a barbárie tem como protagonistas os "repugnantes, pobres, sub-humanos e chorumes" inimigos da nação: a Polícia Militar. Pronto! Fez-se o enredo para os militantes encherem a cabeça (e o saco) de todo mundo com o velho discurso de "parcialidade da mídia coxinha".
Não quero aqui de jeito nenhum defender a mídia de grande massa, ainda tenho um pouco de juízo antes de fazer isso mas... acusar alguém de parcialidade exige de quem acusa, no mínimo, ser imparcial. E será que quem acusa realmente é? Quem acusa com tanta veemência e raiva essa morte trágica, gasta a mesma energia com a morte dos PM's, quando estas ocorrem e também não são noticiadas pela mídia? Afinal o protesto é contra a morte de inocentes ou apenas mais um grito ideológico sem alma?
Afinal estamos chorando a morte de tantos brasileiros nessa guerra sem fim ou estamos usando-as apenas para alimentar "nosso lado" nos discursos calorosos de ativistas "facebookianos"? Não dá para entender até onde isso vai. Uns atacam a Veja, mas leem fielmente a Carta Capital. Outros fazem o contrário. "♪ E a gente aqui no meio, no meio da cegueira..."
Até quando meu Deus? Até quando?
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