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21/03/2014

E o principal fica fora do resumo...

"Nunca antes na história deste país", ou pelo menos nunca desde que me conheço por gente ficou tão clara uma divisão ideológica da população. Talvez se vivesse hoje o Cazuza não teria problemas em achar alguma ideologia pra viver pois afinal de contas elas estão aí, basta escolher e pegar a tua.

Como um supermercado de informações e opiniões, o Facebook chegou sem perguntar ao certo se o ser-humano já estava preparado pra ser tão social, e a verdade é que ele trouxe uma das coisas que o brasileiro mais gosta de fazer: ter e dar opiniões, mesmo sem entender muito "qualé que é" o assunto.

E nessa briga ideológica, não faltam ofensas e reclamações para com todos aqueles que se pensa estar do outro lado da divisão ideológica. Nessa salada de críticas e protestos, sobressai na minha linha do tempo diversas postagens e críticas para com a "manipulação da mídia". 

As críticas ficaram evidentes depois do trágico e grave ocorrido com a senhora Claudia Silva Ferreira que foi arrastada por um carro enquanto participava (ou pelo menos estava presente) em um protesto no Rio de Janeiro. O caso foi divulgado em toda a mídia "para aqueles que queriam ver", ou seja, nada de manchetes sensacionalistas e repetições massantes, daquelas que fazem até o monge mais isolado ficar sabendo que está rolando. O problema nesse caso é que a barbárie tem como protagonistas os "repugnantes, pobres, sub-humanos e chorumes" inimigos da nação: a Polícia Militar. Pronto! Fez-se o enredo para os militantes encherem a cabeça (e o saco) de todo mundo com o velho discurso de "parcialidade da mídia coxinha".

Não quero aqui de jeito nenhum defender a mídia de grande massa, ainda tenho um pouco de juízo antes de fazer isso mas... acusar alguém de parcialidade exige de quem acusa, no mínimo, ser imparcial. E será que quem acusa realmente é? Quem acusa com tanta veemência e raiva essa morte trágica, gasta a mesma energia com a morte dos PM's, quando estas ocorrem e também não são noticiadas pela mídia? Afinal o protesto é contra a morte de inocentes ou apenas mais um grito ideológico sem alma?

Afinal estamos chorando a morte de tantos brasileiros nessa guerra sem fim ou estamos usando-as apenas para alimentar "nosso lado" nos discursos calorosos de ativistas "facebookianos"? Não dá para entender até onde isso vai. Uns atacam a Veja, mas leem fielmente a Carta Capital. Outros fazem o contrário. "♪ E a gente aqui no meio, no meio da cegueira..."

Até quando meu Deus? Até quando?

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