Ficaram velhas
todas as notícias."
Assim
Drummond começa um poema, assim começo esse texto. Ao contrário dele, permaneço
sem saber o que dizer. Há tanto o que se dizer! Mas quando? E por que?
Das
escritas que faço, dos sentidos que busco, falta-me ainda descobrir o prazer de
partilhar ao outro. Não cabe em mim, mas é meu. Sentimento egoísta de reter
tudo em mim. Afinal quem poderia querer me conhecer? Quem conseguiria, de fato,
me entender?
Gosto
de quem sou. Cometo erros imperdoáveis, mas no geral, gosto de ser quem sou.
Gosto de lidar comigo mesmo e a convivência interior, acredite, está impecável.
Eu me conheço. Eu me entendo. E não preciso de grandes e chatas explicações
para dizer o que quer que eu diga, para explicar o que quer que eu veja, para
traduzir o que quer que eu sinta.
Sou um
homem comum que às vezes se aflige por perceber que não há nada extraordinário
ao seu redor. A vida segue imitando o vídeo, o mundo segue dando voltas (atmosféricas
ou históricas). A imbecilidade que enxergo em tudo não me assusta: já ocorreu,
está ocorrendo, infelizmente ainda mais ocorrerá. Os textos anteriores nesse
blog, tão racionais e analíticos, foram escritos por alguém que se esforçou
muito para tentar dar o menor grito de alerta. Tentar fazer o meu papel, ser
sociedade, se importar com a sociedade. Bobagem. Todo mundo faz o que quer e o
humano sempre gostará de trilhar os mesmos caminhos. Vejamos qualé que é.
Amemos quando essa for nossa última riqueza, morramos honrando aquilo que
realmente importa a um homem: a fidelidade à às coisas que teve fé.
É o
que chamamos de princípios. É o que nos faz sermos nós mesmos. Sou feliz sendo
eu mesmo. Sigo com os erros imperdoáveis, mas no geral, gosto de ser quem sou.
Não me falta os outros e, quem me falta, já está aqui.
Ciclos.
No fundo tudo são ciclos. E quem pode parar essas engrenagens? Ao menos o
humano, este, já provou que ele não é.
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